A expressão autismo foi utilizada pela primeira vez por Bleuler, em 1911, para designar a perda de contato com a realidade, o que acarretava uma grande dificuldade ou impossibilidade de comunicação (GADIA; TUCHMAN; ROTTA, 2004).
No início dos anos 60, um crescente corpo de evidências começou a acumular-se, sugerindo que o autismo era um transtorno cerebral presente desde a infância e encontrado em todos os países e grupos socioeconômicos étnicos-raciais investigados (KLIN, 2006).
Um
marco na classificação desse transtorno ocorreu em 1978, quando Michael Rutter
propôs uma definição do autismo com base em quatro critérios:
1. Atraso e desvio sociais
2. Problemas de comunicação
3. Comportamentos incomuns, tais como movimentos estereotipados e maneirismos.
4. Início antes dos 30 meses de idade
Kanner considerava para o autismo uma causa biológica, depois (1954) essa causa passa a ser psicológica, e posteriormente (1956) de cunho biológico e genético.
Em 1980, na Revisão do Manual Diagnóstico e
Estatístico dos Distúrbios Mentais (DSM), realizado pela Associação Americana
de Psiquiatria, o autismo recebeu um sistema de classificação multifatorial que
obedece à tríade clássica: isolamento social, distúrbio de comunicação verbal e
não verbal e repetição de movimentos e de fala com início na primeira infância.
O autismo é classificado como um distúrbio de desenvolvimento complexo, definido de um ponto de vista comportamental, com etiologias múltiplas e graus variados de severidade. Que se caracteriza pelo desenvolvimento acentuadamente atípico na interação social e comunicação e pela presença de um repertório marcadamente restrito de atividades e interesses.
Os comprometimentos nessas áreas estão presentes antes dos três anos de idade, quando os pais, em geral, já perceberam e preocupam-se com as características observadas, cada vez mais aparentes ao longo do desenvolvimento.
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